A capacidade que os trabalhadores têm de produzirem riqueza ou habilidades humanas submetidas à condição de compra e venda, sob a forma de mercadoria, pode ser reconhecida como uma força produtiva denominada de força de trabalho. Já a expressão “mercado de trabalho” se refere à expressão utilizada para definir a forma laboral, seja manual ou intelectual, na troca da força de trabalho por uma recompensa, na maioria das vezes, o salário.

Obviamente, a lógica de mercado obedece às transformações da ciência, à inovação tecnológica e o surgimento de novas demandas. Basta analisar como o cotidiano da rotina empresarial se transformou ao longo desses anos para compreender tais modificações ocorridas.

A livre concorrência e o alto índice de competividade, característica das sociedades capitalistas, põe os indivíduos na árdua tarefa pela busca contínua por aperfeiçoamento profissional. Além disso, o mundo corporativo atual é responsável por modificar todas as interações sociais, transformando-as em negócios. Fruto das revoluções científicas e tecnológicas estima-se que 70% das crianças de hoje experimentarão áreas profissionais que ainda não existem concretamente.

Apesar da incerteza em apontar quais serão as futuras linhas de emprego, quase todas elas estão concentradas em recursos tecnológicos e são consideradas tendências corporativas futuras, sendo estas:

1. Marketing Digital: A alteração da utilização dos recursos de mídia digital fez com que o brasileiro passasse mais horas líquidas com o celular na mão (4h59min) do que em frente à TV (4h31min). Trata-se de uma alteração significativa que modifica a forma de relacionamento captação de clientes pelas empresas. Assim, as organizações empresariais estão amplamente em busca de profissionais com estratégia de SEO, marketing de conteúdo e mídias sociais, tornando o analista de marketing digital no novo modelo buscado pelas empresas no mercado e na profissão mais promissora em perspectivas futuras.

2.Web Design: No mundo corporativo é fundamental o papel daqueles que somam valor à identidade visual de um produto que será posteriormente colocado em circulação. É fundamental para o papel do designer, que este tenha conhecimento user experience, experiência do usuário e conceitos de usabilidade. Ainda, este profissional encontra respaldo na área de desenvolvimento de sistemas na criação de interfaces visuais atrativas, intuitivas e fáceis de usar. A expectativa é de que a área sofra significativa abrangência com as demandas dos aplicativos e produtos digitais nos próximos anos.

Para ampla atuação nesse campo, é necessário estudo aprofundado na área de Artes e domínio de ferramentas como Photoshop, Illustrator, InDesign, AutoCAD, After Effects, HTML5 e CSS3 – esses dois últimos, imprescindíveis a quem quer cursar Web Design.

Aqui entra o designer de games. O Brasil ocupa hoje o quarto lugar no ranking mundial de games. Além das habilidades em tecnologia da informação, é muito importante que o profissional disponha de noções sobre programação para desenvolvimento de jogos mais complexos. Contudo, a profissão exige do designer de games uma variabilidade de habilidades, inclusive sobre mecânica de jogos necessária na criação de cenários e personagens.

3. Desenvolvimento de Softwares: Embora com menos de dez anos, o fenômeno da mobilidade no Brasil instaurou uma nova demanda de todas as organizações: transformar suas páginas em sites responsivos, aqueles que se adaptam em qualquer plataforma. É nesse contexto que se insere a forte tendência das empresas abandonarem os programas desktop – aqueles instalados nas máquinas do usuário -, e busquem a difusão de programas acessados pelo próprio navegador (em nuvem). Entra aqui a figura do desenvolvedor de software que, para ingressar nessa área, terá que se especializar em tecnologias como como AngularJS, Angular, React e Vue, para desenvolvimento front-end (interface). Já, para back-end, os conhecimentos mais desejados são MongoDB, PHP, Java, SQL e NodeJS.

4. Desenvolvedor de Projetos: Em todos os segmentos da vida comercial, o novo perfil dos consumidores exige tratamento cada vez mais diferenciado com menores custos, prazos mais curtos e excelência na qualidade ofertada. Por esse motivo, a valorização profissional do gestor de projetos cresceu tanto nos últimos dez anos. Para atender as exigências dos clientes, as empresas começaram a repensar nos procedimentos comerciais internos, de modo que a atuação em PMO – Project Management Office -, caminhou para grandes desafios se comparados como era desenvolvidos nos moldes anteriores. Em meio a tais necessidades os especialistas, majoritariamente, acreditam que os profissionais da área de gerenciamento e desenvolvimento de projetos continuarão sendo um dos mais cobiçados pelas empresas nos próximos anos.

5. Engenharia Ambiental: Se afastando da realidade virtual, surgem discussões acerca do impacto dos meios produtivos nos recursos ambientais. Essa necessidade tem gerado nas empresas a predileção de profissionais especializados na área no seu quadro de funcionários. Grande parte dos projetos desenvolvidos nos negócios que focam em mudanças estruturais e na expansão e gestão de custos perpassam pelos filtros de adequação às práticas ambientalmente sustentáveis.

6. Gestão de Comunidade e Inovação: Conforme já visto, houve a ampliação das necessidades dos consumidores. O gestor de comunidade pode ser entendido como o profissional responsável pelo diálogo – via redes sociais, blogs e fóruns -, entre clientes e entidades empresariais a fim de verificar o atual estágio de satisfação da marca no mercado. É conhecido, também, pelo desempenho na identificação de oportunidades de negócio ao monitorar a relação atuação da concorrência versus visibilidade de consumidores.

Já o departamento de gestão de inovação, já existente, contudo, vinculado ao departamento de marketing, surge como tendência promissora a serem adotados de maneira independente pelas empresas. Ao tratar o setor de forma autônoma, abre aos profissionais a possibilidade de especialização própria nessa área, permitindo que o profissional se debruce na inovação integral da empresa e não exclusivamente aos produtos comercializados. As especialidades sugeridas pelos especialistas, até o momento, continua sendo a área de marketing por ainda ser atrelada ao setor, e especialização em pesquisa de mercado.

7. Gestão de Marketing e-commerce: As dificuldades de locomoção em grandes centros urbanos e a explosão do varejo on line explica o aumento das compras por plataformas de e-commerce nos últimos anos. Nesse sentido, é promissora nessa área a busca por profissionais que conheçam as particularidades do setor, centrado pela comunicação das lojas virtuais, produção de conteúdo em redes sociais, blogs e, também, pelas vendas indiretas de determinados produtos.

8. Cloud Computing: Por ser um assunto já em ampla discussão e aperfeiçoamento há alguns anos no Brasil, o cloud computing é a tendência em cada vez mais se investir no armazenamento de dados em nuvem a fim de garantir maior integridade e disponibilidade doa dados, principalmente àqueles sensíveis para as empresas. Até então, a responsabilidade dessa gestão ficava a cargo dos Setores de Tecnologia da Informação. Contudo, com amplo investimento na área respectiva, o que possibilita especialização autônoma do ramo, as corporações tendem a investir e contratar colaboradores dedicados exclusivamente nessa área.

Assim, as experiências científicas e tecnológicas até então vivenciadas transformaram as relações sociais de trabalho. Cada vez mais se têm como expectativas profissionais futuras a abrangência e incorporação das áreas digitais. Devido ao forte caráter flexível do atual mercado de trabalho, há ampla possibilidade de aproveitamento de qualquer formação na especialização em algum dos perfis profissionais citados. O que não pode haver é medo de adequar-se às demandas futuras emergentes e negligenciar os investimentos na carreia profissional.

 

– Por Douglas Vinícius.