O padrão é uma questão generalizada, são  inúmeras as imposições sociais quanto a gostos, jeitos, formas e ações. Como mesmo refere-se no dicionário, a palavra representa paradigmas, classes, medidas, modelos, normas e protótipos estabelecidos e caracterizados como corretos e inalteráveis. Logo, uma imposição.

É absolutamente comum ler, ouvir e deparar-se com o tema no meio social. O debate sobre padrões específicos e como devem ser seguidos dizem respeito a diversas questões e pautas antigas e recorrentes, assim como recentes, tratadas de diferentes maneiras pelos diversos grupos sociais.

A busca e definição por esta imposição de padrões segue uma ideia antiga, carregada e ainda idealizada na atualidade, como uma visão que percorreu por diversas gerações pautada em costume antigos, e, muitas vezes ultrapassados. Que, podem ser classificados como uma “prisão imaginária” que repreende comportamentos e questões não condizentes.

Neste segmento, muito recorrente e fortemente debatido é o padrão de beleza feminina. Normas que ditam o correto e incorreto, a estatura, espessura, a vestimenta específica para trabalhar e sair e a maquiagem correta a ser usada. São este e diversos outros fatores que são impostos socialmente, e, ainda observados por grupos específicos.

Deste modo, a sociedade sempre incentivou que mulheres se preocupassem com questões estéticas e de aparência, visto que a valorização e admiração, em certas situações, desenvolvia-se pautada nestas questões, não em sua inteligência, capacidade de desenvolvimento, liderança, coragem, dentre inúmeras outras características que possui.

Atrelado a isso, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), no ano de 2019, o Brasil ultrapassou os EUA e tornou-se o país que mais realiza procedimentos estéticos e cirurgias plástica no mundo, fato que, de algumas forma, pode estar atrelado a estes padrões e a insatisfação feminina que é provocada por eles.

Esta insatisfação é resultado de uma sociedade impositora de padrões, neste caso, os de beleza e, este fator é responsável por desenvolver diversas dúvidas e pontos negativo a mulher quanto a sua aparência. Logo, em estudo realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o debate sobre a desconstrução destes padrões por meio de mulheres que buscam visibilidade para debater e ressaltar a importância da diversidade feminina é crescente.

Contenta-se com o trecho, citado na publicação: “Nossos tempos são permeados por movimentações contraditórias, complexas, mas também complementares. Todo movimento de exclusão e estigmatização gera, felizmente, um movimento de resistência e subversão. Estamos experienciando um momento de extrema legitimação e incentivo de certos padrões de beleza e comportamentos, mas, também, o auge de uma onda de desconstrução desses padrões, quando há a reivindicação e celebração da diferença e da diversidade dos corpos femininos e das maneiras de “ser mulher”.

Como destacado, nota-se a importância desta mudança de pensamento e de representantes que visualizam-na. Portanto, o tema também recebe representatividade em produções cinematográficas que retratam como a busca pela perfeição do corpo feminino é prejudicial à saúde física, mental e psicológica, como é o caso de “O Mínimo para Viver”.

Por fim, a importância do debate e mudança destas perspectivas é fundamental, assim como de diversos outros temas de importância que são expostos à rigidez de padrões. No entanto, temáticas como está são complexas, e devem ser ressaltadas com responsabilidade e um olhar ciente da necessidade de busca pela melhoria.

Links de referência:

https://www.ufrgs.br/jornal/corpos-que-resistem-a-imposicao-de-padroes-de-beleza/

https://www.sbpsp.org.br/blog/uma-abordagem-psicanalitica-do-filme-o-minimo-para-viver/