A palavra do momento é mudança. O termo está em cada conversa e em comerciais televisivos. Isto porque, em plena pandemia, tudo foi alterado: os encontros com os amigos, as formas de expressar afeto, as reuniões de trabalho, o próprio ambiente do serviço e até mesmo as vestimentas que agora necessitamos usar. Por causa da doença causada pelo coronavírus, empreendedores tiveram que apostar na criatividade para que pudessem manter suas empresas e comércios. Até a indústria da moda foi modificada, pois agora há a necessidade de pensar sobre uma nova peça de roupa: a máscara.

A pandemia só veio para provar que é sempre necessário estar pronto para mudanças. Algumas virão sem que possamos escolhê-las, como é o caso atual, mas outras serão decisões. A única coisa que sabemos é que elas acontecerão, quer você queira ou não. São através desses arranjos e desarranjos que a vida se movimenta e, assim, podemos evoluir. Com o tempo, passamos a identificar atitudes, pessoas e atividades que já não se encaixam com o que somos, pois estamos em constante mudança. Ciclos se iniciam e terminam. Por isso, resistir às transformações é gastar o tempo de forma improdutiva, porque nada jamais vai permanecer o mesmo.

Muitas vezes, na tentativa de manter o que já foi bom, perdemos a oportunidade de aproveitar e presenciar o nascimento de novos costumes, tradições, relações, entre outros, que possuem grande potencial para tornar nossas vidas e até mesmo o mundo melhor. No filme “A Cabana”, inspirado no livro do autor William P. Young, o personagem principal, Mack, precisa lidar com questões traumáticas do passado e, por passar tanto tempo questionando o que já aconteceu, perde a oportunidade de presenciar momentos importantes de quem ainda está presente em sua vida.

Apesar de ser uma obra com cunho religioso- mais precisamente, cristã-, suscita questionamentos importantes para o nosso cotidiano sobre aprender a lidar com as mudanças, sejam elas boas ou ruins. No final do filme, o personagem percebe que questionar o passado não irá alterá-lo, mas, ao viver no presente, pode não só transformá-lo, como também apreciá-lo. Assim como o personagem no filme, todos os seres humanos precisam lidar com as mudanças para viver e até mesmo sobreviver. Para manter o emprego e as relações pessoais é necessário aprender e se acostumar com as transformações coletivas e individuais que estão sempre acontecendo ao nosso redor. É importante lembrar que a única certeza que possuímos é que um dia todos nós morreremos. Portanto, é necessário apreciar a vida. E vida nada mais é do que ciclos com início, meio e fim.