Acredito que sem nos darmos conta, criamos inúmeras expectativas em relação ao outro; esperamos uma mensagem, uma ligação ou uma “visita online”, o que nem sempre ocorre. Seguimos em época de pandemia e há sérios indícios de que essa situação durará algo em torno de dois anos, como foi o caso da gripe espanhola. Isso significa que as relações sociais serão mantidas no patamar onde estão.
O relacionamento familiar se tornou um desafio pois, antigamente passávamos mais tempo fora do que dentro de casa, e hoje em dia é o oposto. Essa nova rotina torna a convivência diária um teste gigantesco. Consegue imaginar viver por quatro longos meses dentro de casa olhando para uma ou um mesmo grupo de pessoas por praticamente 24 horas por dia? Pois é, estamos vivendo isso. Mesmo levando em consideração as inúmeras configurações familiares e a quantidade de membros do mesmo grupo dentro de uma única casa, em uma quarentena até uma toalha em cima da cama é motivo para enlouquecer qualquer um.
O que mudou e nos dividiu também, pode ter sido o fato do outro ter uma postura diferente da nossa e ter que conviver com isso constantemente. foi o fato daquele seu amigo ter uma postura diferente da sua em meio ao isolamento, não é mesmo? O fato dele de repente reunir pessoas frequentemente fez com que vocês se afastassem. Dentro dessa nova realidade as relações mudaram, aqueles amigos que nunca imaginamos viraram nossos maiores aliados e aqueles inseparáveis passaram a ser novos desconhecidos.
Aos poucos, mesmo em meio a este caos, algumas pessoas retomam atividades presenciais. e aí nos vemos no mesmo barco e é quando o colega de trabalho passa a ser um confidente de confinamento e fica mais difícil sermos impessoais, porque afinal, já estamos tão distantes fisicamente, não é mesmo?
Assim como os familiares, com os casais ocorre o mesmo. A convivência se tornou inevitável e nela exige-se paciência, harmonia, proatividade, maiores concessões e colaboração. Amores rasos perderam espaço na pior das situações, o abuso físico e psicológico ficou evidenciado, como casos situações de violência contra mulher, que cresceram 22% em 12 estados, sendo este um fato gravíssimo que precisa ser combatido.
Conhecer uma pessoa nova durante um isolamento social se torna naturalmente uma enorme contradição, mas essas relações fazem parte de nós, somos seres sociais e essas conexões nos levam a novos patamares e novas visões de vida e de mundo. Precisamos e sempre precisaremos de uns aos outros, não importa o que aconteça.
“De tudo que existe, nada é tão estranho como as relações humanas, com suas mudanças,
sua extraordinária irracionalidade. – Virginia Woolf”
Fonte:
https://exame.com/casual/como-ficam-as-relacoes-familiares-em-tempos-de-quarentena/
Deixar um comentário