Para entender melhor a mulher e suas relações de trabalho, vamos voltar um pouco no tempo e conhecer como tudo isso começou.

Antes da revolução industrial o mundo era predominantemente agrícola, e o princípio de dividir funções começava dentro de casa, com tarefas e afazeres distribuídos entre os integrantes da família. Os homens iam para o campo, para trabalhos mais pesados e braçais e as mulheres cuidavam da manutenção da casa e das crianças.

Com a revolução industrial esse núcleo começou a ser modificado. O trabalho passou a ser feito em massa, fora de casa ou do negócio da família. Os homens eram contratados para trabalhar em fábricas, e as mulheres eram as que promoviam o abrigo e o conforto do lar.

Um pouco mais adiante, com a segunda guerra mundial, e a falta de mão de obra nas fábricas, tendo em vista que os homens estavam no front de batalha, inicia-se um movimento de atrair mulheres para esses postos, inclusive para produção de materiais bélicos, como a manufatura de tanques de guerra.

Descobriu-se então, que elas eram boas no que faziam. Muitas fábricas identificaram que as mulheres tinham um maior cuidado e atenção aos detalhes, o que era benéfico. Além de serem mão de obra barata. Começou aí, a desigualdade salarial entre gêneros.

Acabada a guerra, as mulheres já haviam adquirido essa visão de trabalho fora das casas, antes desconhecida. Com isso, a inclusão do sexo feminino no mercado de trabalho só aumentou, principalmente para as mulheres solteiras, que, por vezes era uma imposição dos empregadores.

A economia pós-guerra precisava de gente para produzir, e as mulheres, agora qualificadas, eram boas candidatas a essas atividades, o que favoreceu a abertura para postos de trabalho feminino.

Posteriormente, institui-se a luta por melhores condições de trabalho. Mesmo sendo assalariadas, as mulheres recebiam menos do que os homens e tinham uma alta carga horária dentro das fábricas e indústrias.

Muito tempo passou desde então, e as mulheres cada vez mais tem ganhado notoriedade no mercado de trabalho. Foram trabalhar fora, tiveram mais oportunidades de estudos, conquistaram o direito de fazer escolhas e planejarem seu próprio futuro.

Mas, ainda há muitas batalhas a serem vencidas. Dificuldades e desafios que continuam sendo base para a desigualdade de gênero.

A busca pela igualdade de gênero significa considerar que homens e mulheres são iguais em direitos e deveres em toda esfera social. Incluindo o acesso à educação, cargos, salários e condições de trabalho igualitário.

O preconceito é um desses obstáculos. Ainda hoje há o rótulo de que a mulher tem capacidade inferior para assumir, principalmente, cargos de liderança. E situações de discriminação ocorrem rotineiramente, iniciando desde a escolha da profissão, que por vezes são predominantemente ocupadas por homens.

Existe ainda, questões como dupla jornada. Pois muitas mulheres não tem nenhum apoio da família ou do cônjuge em coisas simples, como por exemplo, a divisão de tarefas domésticas, com isso, trabalhar fora e cuidar da casa e família gera uma exaustão física e mental.

E como não falar sobre a maternidade, que ainda é vista por muitos empregadores como uma barreira para a contratação. Tanto que em alguns processos seletivos, é levado em consideração quem cuidará do filho enquanto a mulher trabalha. Condição que não tem o mesmo peso, quando se contrata um homem. Por que não perguntam aos homens com quem os filhos vão ficar durante a jornada de trabalho ou o que ele faria caso o filho fique doente?

O assédio também é mais uma barreira presente. É pouco falado, mas é muito comum nos meios de trabalho. As vítimas tem medo de denunciar, e sofrem caladas situações abusivas.

Além de tudo isso, as questões salariais ainda são as que mais aparecem dentro desses cenários de injustiças.

De acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial de 2019, o Brasil está no 130° lugar dentre 153 países referente à desigualdade salarial entre homens e mulheres que ocupam cargos semelhantes.

Mulheres em geral ganham 30% a menos, pelo mesmo serviço prestado.

 

Mas por que as empresas devem investir na diversidade de gênero?

Primeiro por que é o certo a fazer. Capacidade e desenvolvimento pessoal não dependem de gênero. Além de:

  • Promover essa diversidade traz ao ambiente novas visões, pontos de vista e iniciativas que um ambiente homogêneo não desfruta. Permitindo novas ideias e estratégias ao negócio.

 

  • Homens e mulheres têm habilidades diferentes e que somadas favorecem a todos.

Segundo estudos, a neurociência por meio de imagens de ressonância magnética mostrou que o cérebro feminino é aproximadamente 10% menor do que o masculino. O que proporciona um maior número de comunicação entre as células. Isso significa ter uma maior capacidade de processar várias informações ao mesmo tempo. O que mostra o motivo das mulheres conseguirem fazer várias coisas simultaneamente – as multitarefas. Enquanto homens têm outras habilidades, de acordo com sua anatomia, que também podem ser benéficas em determinados períodos.

O mesmo estudo mostra que: o cérebro masculino é voltado para a compreensão, enquanto o feminino é programado para a empatia. Então, em momentos de tomada de decisão, essa junção de fatores provoca uma busca por um meio termo, e caminha para uma melhor resolução.

 

  • Trazer um melhor clima organizacional para os setores. Há um sentimento de pertencimento e de respeito entre as partes, o que gera muitos benefícios como: motivação, engajamento, além de um ambiente de respeito e justiça igualitária.

 

  • A empresa é melhor vista no mercado de trabalho quando produz esse ambiente de igualdade. Profissionais sentem vontade de fazer parte desse time, pois veem o respeito com o qual os colaboradores são tratados. E a rotatividade, o chamado turnover, de profissionais também é menor.

 

  • Gera mais valor a marca da empresa (branding). Isso faz com que ela tenha uma boa fama por respeitar essa diversidade. Sendo assim, atraí melhores clientes, fornecedores, parceiros de negócio e investidores.

 

Mas não é só no ambiente de trabalho que se beneficia dessa uniformidade de direitos e deveres. Quando há igualdade de gêneros, há também um desenvolvimento da sociedade, pois existe uma cadeia que se desenvolve a partir deste fato.

Com investimento no desenvolvimento feminino, dando as mulheres oportunidades iguais aos homens, as conquistas se revertem em uma sociedade mais justa e contribui para um desenvolvimento sustentável.

O aumento do poder de compra é um deles. Aumenta o capital de giro no setor econômico. Pois dá a mulher o mesmo poder de compra que antes só era permitido aos homens, e também se amplia a busca por outros produtos alimentando uma cadeia de consumo.

Investir em mulheres significa amplificar suas vozes, o que também gera impactos sociais positivos. Levando-as a serem modelo de desenvolvimento para uma nova geração.

Uma geração que vai ser mais consciente do seu papel, dos seus valores e de suas responsabilidades. Abrindo-se oportunidades para que não sejam predestinadas a um fator social e econômico que muitas vezes é fruto de uma herança familiar e de ciclos não favoráveis que se repetem.

De acordo com a Iniciativa de Educação de Meninas das Nações Unidas, quando a renda de uma mulher instruída aumenta, ela investe 90% dessa renda de volta em sua família.

Ou seja, a inclusão e a busca por igualdade de gênero vai muito além de oportunidades justas de trabalho, causam impactos que podem mudar toda uma sociedade.

 

“A igualdade de gênero é mais do que uma questão moral, é uma questão econômica vital. Para que a economia global alcance seu potencial, precisamos criar condições nas quais todas as mulheres possam atingir o seu potencial”.

Maurice Obstfeld, ex-economista-chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional)

 

E se você quer ser parte dessa transformação, comece pelo autoconhecimento. Quando sabemos quem somos, sabemos onde queremos chegar, e traçamos objetivos que com esforço serão alcançados. E esse autodesenvolvimento nos torna mais fortes nas lutas por essa igualdade.

Por isso, te convido a conhecer o Programa de Mentoria da AVRA, que será um guia para esse caminhar, rumo a essa nova sociedade.

 

 

Referências:

Livro: Mulher, Cristã e Bem-Sucedida: redefinindo biblicamente o trabalho dentro e fora do lar. Por Carolyn McCulley e Nora Shank.

https://indicesbovespa.com.br/igualdade-de-genero-pode-impulsionar-o-crescimento-economico/

https://blogvest.afya.com.br/mercado-de-trabalho-para-mulheres-conhe%C3%A7a-os-desafios-e-conquistas

https://exame.com/colunistas/sua-carreira-sua-gestao/igualdade-de-genero-sete-motivos-para-implementar-na-sua-companhia/

https://implanttaconsultoria.com.br/conheca-as-principais-vantagens-de-contratar-mulheres-e-promove-las-a-cargos-de-chefia/