Nota sobre o autor (importante!):

  • Maturidade.
  • Erros acontecem.
  • Leitura dupla.

Se quiser mais detalhes sobre elas, favor verificar o primeiro artigo (Quadrilha.)

 

Chave, Progressão Geométrica e Ingenuidade.

Desconhecemos o cenário em que chaves não deveriam ser viradas e abrir cadeados. Podemos pensar nas chaves que são jogadas no Rio Sena, em Paris, para que o amor do casal nunca seja desfeito, podemos pensar nas chaves que guardam grandes segredos, que nem a própria pessoa quer usá-la, mas fato é que a maioria das chaves devem ser usadas para serem viradas.

Porém, tenho comigo uma máxima: não vou virar a minha chave.

Quando eu olho a liderança de modo geral, seja em uma família, em uma empresa, ou em uma ONG, eu às vezes fico maravilhado ao contrário com as relações que as pessoas no alto escalão destes organogramas desenvolvem com aquelas de mais baixo escalão.

  •  RR ataca: Desculpem, mas mesmo indo no Google e procurando palavras tão boas quanto “decepcionado” e “desiludido” não encontrei uma palavra para substituir “maravilhado ao contrário”. Assistir “Anne with an E” está mexendo comigo na escolha das palavras. A nossa diferença é que eu não tenho o vasto vocabulário dela.

Era para ser simples: qualquer pessoa do organograma deveria olhar principalmente para o lado e para baixo e confiar que as pessoas acima dela são melhores que ela em vários sentidos e que também estão comprometidas em olhar os do lado e abaixo, ou seja:  “I got your back”.

  • RR ataca: “I got your back” é uma expressão muito usada, mas me veio à tona de maneira especial, pois foi muito usada pelo time do 49ers de futebol americano que chegou ao Super Bowl (vulgo final) deste ano e teve uma matéria bonita no abre-jogo sobre o assunto.

Porém, porventura vejo pessoas lá em cima do organograma não agindo conforme deveriam, não inspirando seus times e liderados, não fazendo a gestão das pessoas como deveriam e entregando sem se preocuparem necessariamente com a que custo está sendo esta entrega e eu me pergunto: “Se essas pessoas já foram estagiárias perdidas, analistas dos três níveis, coordenadores e etc, quando será que elas viraram a chave, esqueceram este passado e hoje simplesmente são a posição que estão?” Quando um estagiário me procura hoje, eu não paro tudo, mas eu não deixo de falar eventualmente com ele, pois eu já fui esta pessoa no passado, e eu sei o quanto alguém que para e te dá atenção por 10 minutos pode fazer a diferença, principalmente nesta etapa.

Também vejo um pai ou uma mãe que tratam o filho de uma maneira que parece que eles mesmos não foram crianças um dia e geraram seus próprios problemas aos seus pais. Neste ponto, não sei como serei ainda, mas pretendo honrar todos meus chiliques de criança sendo um pai compreensivo e respeitoso.

  • RR ataca: Observação importante – eu não perco tempo filosofando se um gerente, por exemplo, entrega ou não, pois seria hipocrisia ficar questionando a carreira da pessoa a esta altura, mas eu me sinto no direito, sim, de olhá-los sob a ótica de liderança, da mesma maneira que sou avaliado por eles em vários quesitos.

E é por isso, e somente por isso, que eu tenho um compromisso único comigo mesmo: crescer na companhia, sem virar a chave nunca. Não quero ser o Reiner gerente, mas sim o conjunto do Reiner estagiário, júnior, pleno, sênior, coordenador e etc. Nesta ordem. Por isso, não pergunte aos gerentes quem sou eu. Pergunte aos do lado e aos abaixo de mim.

Por fim, uma das (muitas) frases que tenho colada no meu armário eu anotei enquanto assistia um episódio uma vez, com palavras mais romantizadas, mas que explica bem o que penso:

Pessoa 1 – Assim, farei o que eu puder, mesmo que seja pouco, para proteger aqueles que eu amo. Aqueles abaixo de mim protegerão aqueles abaixo deles. Nós, míseros humanos, deveríamos, ao menos, fazer isso.

Pessoa 2 – Progressão geométrica? … Isso quer dizer que para que possa proteger todo o país, você precisa estar no topo da pirâmide.

Pessoa 1 – Deve ser muito bom estar lá. Mas não posso ir tão alto sozinho. Tenho certeza disso.

Pessoa 2 – Do que está falando? [tempo de reflexão] Parece uma boa ideia. Quero ser parte disso. Quero ver como seu idealismo ingênuo mudará o mundo.