Seja forte: Demonstre vulnerabilidade

“Você tem de ser forte!”

“Engole esse choro!”

“Homem não chora!”

Provavelmente você já ouviu essas frases de seus pais. Esses ensinamentos, passados da infância até a vida adulta, muitas vezes, colaboram para que homens e mulheres tenham dificuldades em se relacionar e mostrar os seus sentimentos.

Para nossa sociedade, a imagem de sucesso é associada com força, determinação, não havendo espaço para demonstrações de vulnerabilidade. Mal sabem, porém, que essa atitude é o que determina um bom líder.

Mas você sabe o que é vulnerabilidade?

De acordo com o site Dicio, vulnerabilidade é a característica, particularidade ou estado que é vulnerável. Sinônimos: fragilidade, delicadeza, insegurança.

Com essa definição, você pode até pensar como isso pode ser algo positivo. Quer um exemplo? Muitos devem se lembrar das Olimpíadas de Tóquio no ano passado. A ginasta americana Simone Biles desistiu de competir a final individual de ginástica artística.

Mesmo sendo favorita ao ouro, Biles preferiu sair da competição diante do alto estresse. “Tenho que me concentrar na minha saúde mental e não colocar em risco minha saúde e bem-estar”, afirmou a atleta.

Embora para alguns possa parecer fraqueza, o comportamento de Simone Biles foi corajoso e maduro. Ao perceber sua vulnerabilidade, Biles resolveu colocar a sua saúde em primeiro lugar, deixando de lado a conquista da medalha e o julgamento alheio. Em resumo, Simone mostrou ser imperfeita como qualquer ser humano. E tudo bem.

A vulnerabilidade pode me ajudar no ambiente de trabalho?

Com certeza. A vulnerabilidade é uma competência indispensável no exercício da liderança.

Esqueça aquele pseudo líder que bate na mesa e grita com seus funcionários. O bom líder é aquele que se preocupa de verdade com a sua equipe, não apenas com as tarefas de cada um, mas, principalmente, com o bem-estar de todos.

É justamente pela vulnerabilidade que o líder cria vínculos emocionais com as pessoas. Ao reconhecer que não tem superpoderes e pode errar como qualquer um, o bom líder atrai a admiração e o engajamento da equipe.

No Fórum Econômico Mundial (WEF), líderes como o chefe da Berkshire Hathaway, Warren Buffett, o executivo-chefe da Apple, Tim Cook, e o presidente e o CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, admitem que não têm vergonha de demonstrar suas vulnerabilidades.

Já para o ex-CEO da Starbucks, Howard Schultz, não é necessário ser vulnerável o tempo todo, mas há momentos em que você terá de mostrar quem você é e não ter medo disso. “Você deve ser verdadeiro”.

Como desenvolver a vulnerabilidade

Busque o autoconhecimento

O autoconhecimento é essencial para descobrirmos nossos pontos fortes e nossas fraquezas. Ao identificarmos nossos medos e inseguranças, podemos melhorar nossa maneira de ser e de agir.

Peça ajuda

É natural de vez em quando termos dificuldades em executar algumas tarefas no trabalho. Afinal, não temos conhecimento de tudo. Por isso, mesmo não pense duas vezes em pedir ajuda aos colegas.

Coloque-se no lugar do outro

Assim como você, o seu colega também têm problemas. Coloque-se no lugar dele, antes de emitir qualquer opinião. Um líder que cuida realmente da sua equipe, pratica o exercício da empatia.

Seja você mesmo

Leve a sério o ditado: “Ninguém é perfeito”. A pesquisadora americana René Brown, autora do livro ‘A coragem de ser imperfeita’, diz: “É preciso coragem para ser imperfeito. Aceitar e abraçar as nossas fraquezas e amá-las. E deixar de lado a imagem da pessoa que devia ser, para aceitar a pessoa que realmente sou”.

Lembre-se!

Ser vulnerável não significa que a sua vida precisa ser um livro aberto o tempo todo. Segundo René Brown, a vulnerabilidade não pode ser vista como uma atitude confessional exagerada. Saber os seus limites é essencial.

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