Muitas pessoas não enxergam o verdadeiro potencial presente na vulnerabilidade. Quando você é chamado e decide participar de uma entrevista de emprego, por exemplo, está abrindo mão de sua zona de conforto em busca de algo maior: isso é se permitir ser vulnerável na medida certa.

 

O curioso caso de Brené Brow

Brené Brow é uma professora e pesquisadora que sempre gostou muito de dados e estatísticas. Porém, mal sabia ela que iria vivenciar uma experiência que mudaria para sempre a sua forma de pensar. Brené descobriu na vulnerabilidade a sua grande força.

O ano era 2010, Brené era a palestrante convidada para tratar sobre o tema que preferisse diante de um auditório com centenas de pessoas, tudo parecia muito simples, apenas um dia normal. O plano era tratar de um tema dentro de suas especialidades e tudo ficaria bem.

Porém, depois de tantos anos falando e repetindo os mesmo dados, estatísticas e resultados, ela decidiu que faria diferente. Decidiu falar exatamente sobre algo que certamente está na lista das coisas que mais costumamos ter medo: a vulnerabilidade.

Em suas palavras “vulnerabilidade é estar preparado para os riscos, independentemente de seus resultados”. Apenas pare e pense um instante quantas experiências boas você já obteve por decidir se arriscar. O mesmo aconteceu com Brené naquele dia, o medo tomou conta, mas ela seguiu em frente.

 

A vida após um ato de vulnerabilidade

Se tivéssemos que resumir em uma palavra o sentimento após uma situação embaraçosa, certamente seria “constrangimento”. Ao finalizar aquela palestra Brené retrata que sentiu exatamente isso, ela descreve como um dos piores momentos de sua carreira.

No lugar dela é provável que você também vivenciasse uma experiência parecida. Aliás, não é necessário tanto esforço mental, certamente você possui vários exemplos a partir de sua própria vivência, como quando você disse para alguém um “eu te amo” pela primeira vez ou naquele outro momento em que você apostou tudo em uma ideia.

A questão é que muitas pessoas pensam que ser vulnerável e ser corajoso são coisas opostas, não é bem assim, como afirma a própria Brené, “não dá para ser corajoso sem ser vulnerável”. A beleza de expor seus sentimentos ou tomar uma decisão importante está em gerar uma infinidade de possibilidades.

 

O que de bom a vulnerabilidade pode te trazer?

Imagine receber um “obrigado” após um “eu te amo”, ou apostar tudo em uma ideia e vê-la fracassar diante de seus olhos, essas são situações que abraçamos ao arriscar. Brené poderia ser vista como uma piada pelo resto de sua carreira.

Acontece que não foi bem assim. Depois da experiência como palestrante, Brené passou a receber mais convites para tratar da vulnerabilidade.  Escreveu diversos livros com a mesma temática, dos quais alguns foram considerados campeões de vendas e, quem diria, foi convidada até mesmo para participar do programa da própria Oprah Winfrey.

 

Comece arriscando nas pequenas coisas

Você não precisa largar o emprego, sua faculdade ou qualquer outra coisa importante apenas para se tornar vulnerável. A vulnerabilidade voluntária sempre deve vir acompanhada de objetivos, o de Brené era sair da “mesmice” depois de tantos anos.

Ir a um cinema sem acompanhante em pleno fim de semana pode te ajudar a se conhecer melhor. Iniciar aquelas aulas de dança depois de se considerar por anos um fracasso pode te mostrar que durante todo esse tempo só te faltou treino.

Eu poderia citar uma infinidade de situações, mas prefiro que você mesmo reflita sobre o que te tornaria feliz hoje, ainda que só um pouco mais. Decida arriscar hoje mesmo e terá a oportunidade de viver experiência inimagináveis.

Que tal participar de um projeto voluntário como a ONG AVRA? ou quem sabe realizar um dos diversos cursos oferecidos. Independentemente do que fizer, estaremos aqui para dizer que você consegue.

 

Rafael Vasconcelos