Nota sobre o autor (importante!):
O objetivo aqui é muito simples e só são três:
- Não quero parecer inteligente, não quero aparecer como dono da verdade, não quero aparecer como “super herói”. Quero que as mensagens, provocações, moralismos e inspirações sejam o foco da discussão, feito por pessoas maduras. Não gastaremos tempo aqui para comentários levianos.
- Eu escrevo normal, porém mal. Erros de português podem acontecer, mas imagino que serão raros. Já a questão de pontuação, semântica e etc, acontecerão e deixaram às vezes uma frase ou o texto confuso. Peço que tenha o carinho de voltar e tentar entender. Escrevo confuso, pois a minha mente confusa escreve assim, como por exemplo: quando paro para pensar, coloco uma vírgula. Não sei por que, mas faço isso, ou seja, ao ler, pode imaginar que mesmo não fazendo sentido, ali eu parei para pensar e escrever as próximas palavras.
- A leitura aqui é dupla! Você lê o artigo principal e lê também o autor do artigo. Pense em um artigo comentado, onde o próprio escritor te conta o porquê da escolha daquela palavra, ou qual o motivação por trás daquilo tudo, ou ainda, o que passou na cabeça enquanto ele escrevia, mesmo que não conectado ao assunto.
Antes de xingar muito no twitter, favor considerar essas três notas 🙂
Quadrilha.
“João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história”
Não havia, em 1930, nenhuma empresa com uma cultura tão corporativa e tão onipotente a nível mundial como existem hoje, mas Carlos Drummond de Andrade, já trazia paralelos importantes do nosso comportamento, que me permitem traçar um paralelo.
RR ataca: eu poderia ter escrito: “… mas Carlos Drummond de Andrade – homem à frente do seu tempo –“ para enaltecê-lo, mas na verdade não sei quase nada sobre ele, e por isso, não o farei. Pesquisei a data do poema porque me parecia correto fazê-lo, e fim.
RR ataca novamente: Apenas reforçando: Me incomoda muito hoje nos textos que leio, o famoso “texto impecável”. Aqui, neste canal falarei apenas do que sei, do que acho, e do que acredito, mesmo que isto não seja uma verdade. Exemplo: Uma vez ouvi que o significado de intuição é: IN (dentro) TUI (deus) ÇÃO (você). Não sei se é verdade, não fui atrás de pesquisar e se não for, não tem problema. Gostei dessa definição, me conectei com ela, tirei o máximo de proveito disto e repito isto para todo mundo, falando que não faço ideia se é verdade, mas que para mim, faz sentido e pronto. Vou compartilhar para ver se faz para ela também.
Sempre penso que a maioria dos problemas que temos nas grandes empresas são 80% (usando o princípio de pareto) falta de entender a importância e o valor do que está sendo pedido pelos outros, e 20% que precisam de uma ação e uma mudança em algo (leia-se, um problema de fato).
RR ataca: Muitos usam a palavra “comunicação” neste número alto de percentual. Eu não. Acho “comunicação” tão ampla e vaga que agrega muito pouco. É possível ficar pedindo melhorias na “comunicação” de um time para sempre e mesmo com o pessoal engajado, não há garantias de avanços significativos. Por isso, prefiro traduzir “comunicação” como “entender a importância e o valor do que está sendo pedido a você, pelos outros”. Assim, não dá para perder muito tempo neste conceito, sem melhora significativa, a não ser que o time não queria mesmo.
Particularmente, tento fazer o que me é solicitado internamente, pois acredito de verdade no problema do outro e quero ajudá-lo, mesmo em assuntos simples (pois em assuntos sérios como “usar cinto de segurança”, não precisamos gastar nosso tempo discutindo aqui né?!).
Exemplo: Nosso refeitório só nos pede duas coisas:
“Não desperdice comida”
“Não saía com comida desta área”
Eu realmente tento cumprir ambos os pedidos, pois acredito que de fato isto é importante para eles e não me custa nada ou pouquíssimo. Eu realmente me esforço para entender que sobrar comida para um restaurante é muito ruim.
– Mas Reiner, você sempre não saí com uma fruta do refeitório, sabendo que não trouxe nada de comer e tem que ficar até tarde hoje? Ou nunca desperdiçou NADA, comendo até o pedaço da carne que só tem gordura e nervo?
– Não né gente?! Já falei aqui que meus textos não são inabalavelmente moratórios (por vezes, apenas moratórios, hehe), mas eu realmente me esforço para tentar seguir a solicitação porque entendo seu sentido/lógica/objetivo. Vejo pessoas que saem todo santo dia com a fruta e deixando comida no prato. Essas pessoas, não estão sequer tentando entender o problema do outro.
E o pior é que elas encontrarão outras pessoas que sequer vão tentar entende-las e elas vão se frustar e ficar incrédulas, perguntando-se como pode aquele outro ser humano, não conseguir entender o quanto aquilo é importante para ela ou o quanto impacta o negócio dela, sendo uma ação tão simples para ele, que não custa nada ou pouquíssimo.
E aí, aqui no meu quadrado, fico pensando… quase gritando: ESSE É O NOSSO PROBELMA!!!!
Damos muito valor ao que queremos e julgamos ser importante para nós, e por vezes, pouquíssimo valor ao que nos é solicitado.
E o pior: Sabe por que é mais fácil desrespeitar o refeitório? Porque nós achamos que ele é um meio, um suporte e que estamos acima dele. O problema é que replicamos esta ação também no nosso organograma. Garanto que se o CEO da nossa empresa ficasse na porta do refeitório olhando quem saí e quem não saí com fruta, ninguém sairia.
RR ataca: Não é um julgamento. É uma apenas tendência natural nossa.
RR ataca novamente: Reforço comentando que não temos que atender todos os pedidos e seguir todas as regras. Nem perderei nosso tempo discutindo algo básico. A discussão aqui é: O quando você tenta entender a real necessidade do outro?
Por fim, parafraseando Carlos Drummond de Andrade:
Bendit@s.
Amanda só queria que o Zé não desperdiçasse a bendita comida
que só queria que Joana usasse seus benditos EPIS
que só queria que Jhonys respondesse seu bendito e-mail
que só queria que Bruna atualizasse todos os dias a bendita planilha
que só queria que Clóvis fizesse com ela o bendito feedback
que só queria uma bendita agenda de reunião.
Amanda continua tendo altos desperdícios no seu restaurante.
Zé continua jogando comida fora e briga pelo uso do EPI.
Joana ainda esquece o EPI de vez em quando e não teve sua resposta.
Jhonys não leu seus e-mails e continua brigando pela planilha.
Bruna não se organiza e continua não dando seu melhor, pois não tem seu feedback.
Clóvis ainda ignora Bruna e conseguiu marcar sua reunião, porque Pedro que não tinha entrado na história percebeu a importância da agenda para Clóvis, e a marcou.
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