Saúde! Essência primordial para nossa existência. Contudo, esse serviço básico é escasso para muitos brasileiros que são assistidos pelo Sistema Único de Saúde, ou nosso popular SUS. Ele nos remete automaticamente a outra sigla, o SOS que significa um pedido de socorro e realmente é isso que este sistema pede: ajuda! É tanta corrupção envolvida em seu meio, que vemos a criação de um novo acrograma, o SUFS: Sistema Único e Falho de Saúde.

A busca por saúde no Brasil nunca foi fácil e para quem é denominado pela “classe oligarca” ainda predominante no governo brasileiro que rotula uma parcela da nação como a classe “pobre ou de baixa renda”. É uma verdadeira luta contínua em prol do serviço garantido na constituição e que é até bonito em pronunciar: “Saúde é um direito civil de todo cidadão brasileiro e de obrigatoriedade do estado, sendo de qualidade e gratuita”. Em 1824, no Brasil Império, este pilar fundamental para sobrevivência não era incluso perante a constituição predominante e em 1891 com o inicio das oligarquias cafeeiras, o descaso segue, principalmente com o avanço de tantas enfermidades ao redor do mundo. Tendo uma visão mais humanista do contexto histórico brasileiro, o vírus incurável da saúde do Brasil tem nome e sobrenome e se alastra desde a construção da república: a corrupção! Mesmo com Vargas assumindo o poder em 1930 e direcionando o país rumo a “modernização”, a saúde pública continuou desassistida, mesmo com intensas manifestações mobilizadas por pessoas com uma visão sanitarista e humana na época, sendo oprimidas pela ditadura que calava a voz de maneira obscura e sangrenta.

Foi necessário esperar até a constituição de 1988 para o brasileiro ter direito a saúde pública perante à constituição nacional. Mas imagine quantas pessoas tiveram que morrer para que pessoas pudessem ser atendidas e a lei criada? O governo, então, cumpre o seu papel com a criação de um sistema único de saúde brasileiro, elaborando a lei orgânica de 1990. Nos anos seguintes, as emendas do legislativo e executivo do governo foram implantadas. Foi um período de ascendência para a história da população brasileira, um sistema de saúde reconhecido internacionalmente e eficaz, mas a ideia ficou só no papel.

O ciclo viral da corrupção no governo brasileiro falou mais alto e o SUS foi alvo de parlamentares e empreiteiras, uma verdadeira dupla de “super-heróis da adulteração”, verdadeiros criadores das licitações fraudulentas de obras e reformas inacabadas nos hospitais e a falta de insumos (remédios e equipamentos de proteção individual) que mancharam o sistema que era promissor. Mesmo com tantos problemas que reforçam a sua denominação como SUFS, o SUS continua sendo essencial para desenvolvimento social dos brasileiros até os dias atuais.

É rotineiro para grande parte da sociedade brasileira o famoso “madrugadão do postinho de saúde” para marcação de exames e aquele velho mergulho no “mar de inseguranças” na busca por medicamentos e tratamento para doenças crônicas. Este descaso com a nação está sendo mais visível com a Pandemia de COVID – 19 que vem mostrando a verdadeira fissura do sistema. Todo esse “dinheirão” investido nos hospitais de campanha, não poderia ser evitado com a eficácia do SUS? Reformas e obras inacabadas poderiam suprir a demanda por leitos de UTI’s, mas… o vírus corruptor se mantém, no qual até nas licitações de respiradores para uso no período pandêmico são encontradas fraudes. Mesmo assim, o país segue na busca por uma saúde mais digna, igualitária e gratuita, por mais que essa luta pareça à busca incansável  por água em pleno deserto.

O sistema não é 100% falho, pois existem índices de bom funcionamento em algumas cidades, mas em meio a tanto descaso com a saúde pública brasileira, há esperança de que o período do novo Coronavírus sirva de aprendizado aos governantes futuros, ou, que com o tempo, apareça uma cura eficaz para a doença do Sistema Único de Saúde Brasileiro, batizada de corrupção.

 

Nota Sobre o Autor:

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  • Senso crítico elevado;
  • Amante de questões sociais, ambientais, políticas e econômicas;