“O sol vai nascer e nós vamos tentar de novo”

Essa é uma frase da música “Truce”, da banda Twenty One Pilots, que mostra uma certeza no dia de amanhã e numa procura constante em tentar melhorar de quaisquer que sejam os traumas ou problemas de agora, um dia após o outro. É possível entender um pouco do conceito de Inteligência Emocional por meio desse verso. É um processo de autoconhecimento e que não acontece tão rapidamente quanto gostaríamos. Ele envolve uma compreensão de como percebemos e reagimos às nossas sensações mais diversas. É comum pensar que personagens e pessoas que não demonstram sentimentos são mais poderosos e isso sim seria “inteligência emocional”, por não deixar ser abalado por nada. Acontece, que isso só reprime sentimentos e eles podem acabar extravasados de formas um tanto tóxicas tanto para nós mesmos, quanto para os que estão ao redor. 

A inteligência emocional não envolve uma negação do que é sentido, é um aprendizado de como ser vulnerável. A cultura de que a masculinidade é contrária à vulnerabilidade gera homens muito inseguros e que enxergam os próprios sentimentos como “errados” ou como “fraquezas”. A Inteligência Emocional não é direcionada apenas a um gênero. O entendimento de como determinadas situações nos influenciam e o que elas nos fazem sentir é algo essencial para a sociedade ao nosso redor como um todo. É um caminho ao longo de vida para entender como não se machucar demais com os baques que surgirem do seu próprio modo, aceitando que a tristeza e a alegria podem ser demonstradas na mesma proporção quando aparecem. Além disso, a inteligência emocional ajuda a mudar nossas perspectivas e a perceber o que funciona e o que não funciona para nós quando precisamos simplesmente nos deixar sentir, não nos valendo de vícios ou descontando a frustração nos que estão ao redor. 

Outro conceito que aparece e é frequentemente incompreendido é a resiliência. Por vezes, é entendido como “o conhecimento vindo da dor”. De fato, no processo de aprendizagem é muito comum que o estresse apareça e temos de nos esforçar bastante para obter resultados. Acontece que não é correto romantizar momentos de sofrimento como o meio para ser uma pessoa melhor. A resiliência não se trata da necessidade da dor para aprender, mas sim, um processo para conseguir enxergar determinadas situações de forma mais paciente, determinada e positiva. Isso não quer dizer que momentos ruins não serão sentidos, longe disso. Nesse caso, haverá uma tentativa para esses serem vistos com um olhar mais realista e gentil para consigo mesmo. O processo de adquirir resiliência também ajuda a reconhecer e a valorizar o próprio esforço e o autoconhecimento adquirido ao longo do tempo.

De certa forma, a inteligência emocional é um processo para se reconhecer como pessoa mais complexa e humana e para se tornar alguém mais resiliente, em que as melhores formas de lidar com o que é sentido são entendidas, aplicadas e depois valorizadas. Isso tudo é aprendido de forma gradual e adequada às circunstâncias apresentadas. É um processo ainda mais difícil em períodos de isolamento social, mas bastante útil. Sem dúvida, esses processos estão presentes na vida de cada um, mas nem sempre é necessário aprender cada um deles sozinho. 

 

                                                                                                           –  Italo Marquezini

 

Créditos da imagem: https://www.facebook.com/umfilmemedisse/?__tn__=%2Cd%2CP-R&eid=ARBqCoiHHOsZ_Y05IejcUrE8SwdKnY1dnCQvysaSQI99YSQku3JBLfitglk8uxuC7P_P1FEinh6LNmjS 

Referências bibliográficas: https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9wb2RjYXN0ZXN0YW1vc2JlbS5saWJzeW4uY29tL3Jzcw/episode/NzA5NmIwMzMtYTZhMi00OTQ4LTllNzctOGQ0ZDEwMjg2ZDQ3?hl=pt-BR&ved=2ahUKEwjx4c7NuqDqAhVzBtQKHc7oCakQjrkEegQIChAE&ep=6 

https://www.youtube.com/watch?v=4ooSeW-gKIA