Nota Sobre o Autor:

  • Baseia-se em fatos históricos verídicos e/ou comprovados cientificamente;
  • Senso crítico elevado;
  • Amante de questões sociais, ambientais, políticas e econômicas;

BOA LEITURA!

O PROCESSO DE ACEITAÇÃO DA HOMOSSEXUALIDADE NO CONTEXTO HISTÓRICO E SUA INFLUÊNCIA NO CONTINENTE AMERICANO

O dia 17 de Maio é lembrado como o Dia Internacional Contra a Homofobia e popularmente deveria ser lembrado como o Dia Internacional da Resistência e Orgulho, pois se analisarmos todo o contexto histórico na luta por direitos LGBTQIA, veremos que não foi fácil. Vamos revisar?

A luta por direitos homossexuais foi bastante complexa em meio a uma população movida por um senso comum norteado pelo conhecimento religioso, especificamente o cristianismo. Os padrões seguidos pela sociedade considerando os registros históricos do conhecimento cristão descreve a relação homoafetiva como um dos maiores “pecados carnais” e até mesmo a versão mais clara de que “você vai para o inferno” (sendo que os primeiros registros de homossexualismo datam de 1200 A.C). Todo esse conceito foi um gatilho para uma serie de homicídios ao público homossexual no decorrer da história e bastante influente entre os séculos XVIII e XIX para desencadear uma série de manifestações em prol de direitos.

Em uma visão mais histórica, países denominados de orientais como a Inglaterra e Portugal foram os primeiros a iniciar o processo de aceitação com aprovações de leis que garantiam direitos, mesmo com toda intervenção da igreja e surgimento de campanhas figuradas como “a cura gay”. Já no continente americano, a história não foi tão simples. Por ser um continente colonizado por diversos povos, essa miscigenação traz consigo um contexto histórico marcante, baseados também no senso comum e orientado pelo cristianismo. Os Estados Unidos apresentava uma população mais diversificada, principalmente na existência de grupos com conceitos e princípios humanistas que era predominante na Europa, onde o país era o “carro chefe” das manifestações no século XIX em prol de direitos civis aos homossexuais na América e os outros países que acompanhavam os movimentos, refletia em suas comunidades, mas sem muito êxito, principalmente no Brasil que estava em processo de criação da república e em constante modernização, pois na ditadura imposta por Getúlio Vargas, a expressão de opiniões era intolerável.

Enquanto os países sulistas e centrais da América estavam em processo de transformação, O público LGBTQIA dos Estados Unidos estavam insatisfeitos da escassez de leis governamentais, além de serem oprimidos por grande parte da sociedade e pelas “batidas policiais” que eram bem frequentes em bares gays (principais pontos de encontro). Em 28 de Junho de 1969, aconteceu uma nova abordagem policial no Bar Stonewall Inn, em Nova York, onde pessoas foram presas brutalmente, gerando uma grande revolta e reação imediata de lésbicas, gays, travestis e drag queens que estavam do lado de fora, onde toda a ação foi bastante violenta com a queima e apedrejamento de viaturas, além de alguns policiais ficarem detidos dentro do bar e outros recuarem. A revolta ficou conhecida como A Rebelião de Stonewall, sendo o inicio de manifestações em todo o país em prol de direitos para o público homossexual e a criação de movimentos como a Parada do Orgulho Gay ou Parada do Orgulho LGBT (sigla da época).

Em 1980, o inicio da epidemia viral do HIV/AIDS e o alto índice de mortalidade pelo público gay foi mais um dos motivos para volta da opressão pela sociedade. Denominado de “Câncer cor-de-rosa” ou “Câncer gay”, o público foi alvo das criticas em geral, onde muitos diziam (baseados em fatos cristãos) que era o “castigo divino” e até mesmo a “dizimação da raça pecadora”, sendo um dos períodos mais sombrios, principalmente na constante batalha pelos seus direitos e busca por tratamento. Em meio a tanta luta e resistência, a declaração feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 17 de Maio de 1990, reconhece a homossexualidade como uma definição de personalidade e a excluí do Quadro Internacional de Doenças e Problemas de Saúde conhecido pela sigla CID, cabendo então aos governos dos países á adaptação de suas leis para assistência ao público. A data tornou-se um marco na conquista pelos direitos civis aos homossexuais, sendo comemorado e lembrado internacionalmente.

O Brasil avançou em busca por direitos LGBTQIA a partir de 1988, com a inclusão na constituição, mas consideravelmente bem menor quando comparado a outros públicos como os indígenas e quilombolas. A ditadura militar brasileira foi bastante influente na inexistência de grandes manifestações em prol de direitos, onde movimentos ascendentes a nível nacional em busca de direitos tiveram força no começo dos anos 2000 e as paradas do orgulho LGBTQIA tornam-se reconhecidas e influentes, se expandindo pelos estados e tonando-se datas comemorativas e de livre expressão.

Todo o contexto histórico sobre os direitos civis ao homossexuais é baseado em uma única palavra: RESPEITO! Tal público em todas as manifestações históricas não exigia nada mais do que respeito. Foram resistência ao longo dos anos e até os dias de hoje são verdadeiros guerreiros em busca de espaço em uma sociedade enraizada pelo preconceito que ainda é cultivado, onde suas principais armas de combate sempre será o amor e a resistência.