Tōkyō Monogatari (1953) narra com profunda emotividade o descaso da nova geração com seus aposentados. Uma temática ainda latente, aonde jovens são incapazes de interagir com os mais velhos sem desprezá-los, assimilando-os como fardos. Não por acaso, regularmente indivíduos acreditam ser coerente negar aos idosos seus direitos.

Comentários rudes são frequentemente direcionados aos idosos, seja pela sua existência no transporte coletivo, no ambiente trabalhista ou até no fluxo urbano. Os direitos assegurados ao público mais velho continuam sendo negados e marginalizados sistematicamente. Alguns exemplos como “É vedada a discriminação nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade.”, “É proibida a discriminação e a fixação de limite máximo de idade na contratação de empregados.” são completamente ignorados. Culminando em um âmbito desfavorável para os aposentados.

Aprendemos com o passado, contudo, desrespeitamos o próprio. Yasujiro Ozu ao levantar o repúdio dos filhos com os pais na década de 50, desperta a consciência para o nosso próprio cotidiano pós-moderno. Repleto por descaso, seguimos fingindo que não construímos uma fronteira social entre as idades. Até quando, a pergunta ecoa?

Carol Angelo

Fonte utilizada no texto:

https://cnj.jusbrasil.com.br/noticias/346295703/cnj-servico-saiba-quais-sao-os-direitos-dos-idosos