Criado no dia 19 de agosto de 2008, o Dia Mundial Humanitário não se trata de uma celebração. A data é um manifesto para que nós não esqueçamos os 70 milhões de refugiados no mundo. Estes são dados oficiais, os números podem ser ainda maiores. Segundo a ONU dois terços de todos os refugiados vêm de cinco países, Síria, Afeganistão, Sudão do Sul, Mianmar e Somália. Deslocados por questões como guerra e a fome estas pessoas encontram dificuldades para encontrar uma terra para chamar de lar. No ano de 2018 apenas 92 mil refugiados conseguiram algum tipo de acolhimento, o que representa 7% do total. Não é aceitável que tantas pessoas vaguem desamparadas pelo mundo. Mas qual a raiz desse problema?

 

Histórias diferentes com um denominador comum.

 

Cada país e cada povo refugiado possui sua própria história e peculiaridade, porém alguns fatores em comum podem ser observados nas regiões que sofrem com este problema.   

A maioria dos países com grande número de refugiados passaram longos períodos sendo colônia de outras nações, e tiveram suas fronteiras modificadas de forma brusca, sem levar em consideração diferenças étnicas e culturais. Povos que estavam em guerra passaram a ocupar obrigatoriamente o mesmo espaço. Com o fim das coloniais inicia-se uma guerra de tomada do poder onde os mais fortes não reconhecem os direitos das minorias. Um bom exemplo é a Palestina que perdeu grande parte do seu território com a criação do Estado de Israel. Hoje os palestinos não possuem um território que comporte suas necessidades. Sem um exército que faça frente ao de Israel que possui apoio militar dos Estados Unidos umas das poucas opções que restam para os palestinos é migra. 

 

Outra questão que alimenta o problema dos refugiados é o casamento entre religião e Estado. Países que possuem religiões com grande força política tendem em marginalizar membros de outras crenças. Existem conflitos envolvendo cristãos, muçulmanos, judeus, Xiitas, Sunitas, hindus e budistas, sem falar de outras subdivisões destas religiões. A lista de conflitos religiosos é extensa. Apesar da maioria dos refugiados serem provenientes de países do oriente médio os outros continentes não estão livre do problema. A Venezuela possui algo em torno de 3 milhões de refugiados devido a uma aguda crise socioeconômica. E 14% da população Colômbia são considerados refugiados internos.  Como nós podemos ajudar estas pessoas ?

 

Uma mesma doença que precisa de remédios variados. 

 

Não existe uma solução que caiba em todos os cenários. São conflitos distintos que geram problemas parecidos. Cada país é povo precisará encontrar seu próprio caminho e buscar a reconciliação das partes envolvidas. Porém, se você quer a ajudar a amenizar a dor destas pessoas, você pode ajudar bastante. Existem entidades como Anistia Internacional, Cruz Vermelha, Instituto Migrações e Direitos Humanos e diversas outras que precisam de voluntários e doações. Essas entidades precisam de médicos, jornalistas, tradutores, advogados e diversos outros profissionais que estejam dispostos em contribuir com o seu conhecimento. 

Se você não tem a possibilidade de se voluntariar no momento, também é possível fazer doações financeiras ou trabalhar na captação de voluntários, o que não custa nada e é extremamente útil. 

Como este é um problema de raiz política, também é uma forma de ajudar os refugiados observar e apoiar políticos que tenham um plano para resolver estes conflitos e não piorá-los. Uma solução definitiva só será possível quando todos os envolvidos estiverem dispostos em colocar suas diferenças de lado e se enxergarem enquanto humanos acima de qualquer outra característica. 

Gabriel Lacerda