Uma das grandes desvantagens de não participar ativamente da vida política é desconhecer as regras e o funcionamento das instituições de tomada de decisões. Dentre outros fatores de colaboração que mencionarei, o segmento jovem soma o contingente de mais de cinco milhões de novos eleitores.

O descrédito da política como ferramenta de transformação social, faz com que grande parte do público jovem se distancie da política e consequentemente, se interessem por outros assuntos do espaço público. Embora o peso deste fator seja determinante, o engajamento político do segmento tem sido objeto de estudo e tema das discussões partidárias atuais.

Facilitar a representatividade participativa traz uma série de benefícios aos espaços públicos de poder. É comumente conhecido que os jovens tendem a ser mais imediatistas. Assim, seus objetivos e resultados são planejados para serem colhidos de forma mais rápida. Leva-se em consideração o domínio dos recursos tecnológicos e o posicionamento ativo na disseminação de conteúdo nas redes sociais. Contudo, a participação destes não se restringe aos espaços virtuais, pois, são os jovens que, na grande maioria atuam na linha de frente na organização e execução de passeatas e manifestações populares.

Outra importante contribuição é a abertura ao novo. A desconstrução cultural que perpassa a mentalidade deste grupo social ao tratar demandas novas com forte senso de naturalidade, característica incomum nos servidores públicos, os impulsiona fazendo com que assumam novos posicionamentos e, consequentemente, assumindo novos riscos.

Tais peculiaridades somadas à predisposição ao senso de liberdade, inovação e criatividade, são responsáveis pela atribuição da renovação tanto da política quanto das instituições públicas. Além disso, ter a representação de todos os setores da sociedade devidamente representados significa fortalecer a própria imagem de inclusão democrática.

A representatividade é a responsável por legitimar os interesses de um determinado grupo para que estes possam ser atendidos. Cada vez mais as agremiações partidárias vêm abrindo espaço para a participação dos jovens na política. É com esse espaço que muitos benefícios podem ser revertidos para o próprio segmento.

A ausência destes nesse âmbito provoca insegurança ante a manutenção de velhas engrenagens sociais. Nos últimos anos, se tem aumentado a participação dos “novatos políticos”. Contudo, ser jovem é fator que não está estritamente relacionado à idade cronológica, perpassa, antes de tudo, pela busca de novos ideais, aperfeiçoamento dos espaços de poder e incentivo à democracia participativa.

É extremamente importante conhecer os espaços onde as principais decisões sociais são tomadas, bem como, as regras que estas norteiam afim de que se mantenham os interesses colaborativos e transformadores. Embora no que se refira a posicionamento político-partidário, os jovens ainda desafiem pesquisadores e teóricos, são reconhecidos como principal viés de mudança de perfil acerca dos posicionamentos em assuntos de interesses sociais e renovação do cenário político de forma geral.