Quantas vezes durante a semana você já acorda pensando no planejamento feito no dia anterior para aquele dia? Você, geralmente, acorda com pressa, não preparando o corpo para um novo dia agitado. Senta-se à mesa, quando senta, com tamanha rapidez, que não desdobra atenção para a comida posta ou para as pessoas que estão à sua volta. Talvez, não tão raro, você deixe de contemplar o dia lá fora.

Além da intensa carga provocada pelas metas semanais, na ida para o trabalho, você se estressa com o trânsito, e, muito provavelmente, com as pessoas que ali estão. Tamanho é o fluxo de pensamentos que te ocupam que é difícil perceber que quase todos ali estão sob o mesmo tipo de rotina a qual você se submete, muitas vezes, sentindo quase a mesma sensação que, naquele momento, você também sente.

Ao chegar ao trabalho, quem nunca pensou: “pai eterno, essa semana vai ser uma loucura”? Sem dar um passo para trás, você segue no cumprimento do planejamento semanal, pois era exatamente aquilo que, inquestionavelmente, precisava ser feito. E você o faz!

Quantas vezes você desrespeitou seu corpo dormindo menos, bebendo pouca água ou almoçando de noite? Agora, multiplique tudo isso pela quantidade de vezes ao mês até que você chegue à proporção feita durante o ano e se responda: você é agitado ou a sua mente encontra-se em constante fluxo de agitação?

O mundo a nossa volta se molda a partir do que nossa mente foca como interesse, elegendo aquilo que realmente importa. Possivelmente, você sequer seja uma pessoa agitada, mas seus afazeres rotineiros subjetivamente escolhidos, faça com que assim você seja. É nesse contexto que a nossa realidade é criada e muito comumente, a realidade que construímos se firma como nossa verdade de vida.

Fugindo um pouco dos padrões utilizados, o presente texto segue permeado de nostalgia, como um conselho àquele que, por ventura, venha a ler. Temos todas as razões para tornar 2021 um ano vivido de maneira mais contemplativa, com mais sentir das pessoas e coisas minuciosamente escolhidos para estarem a nossa volta. Que percebamos, resilientes que somos, a força interna que nos impulsiona a encarar a vida com os mesmos critérios de responsabilidades de antes, mas conscientemente, transformadores do mundo a nossa volta.

 

 

– Por Douglas Vinícius.