Podemos dizer que a solidão é quando você está feliz e não tem ninguém pra compartilhar ou quando se sente triste e só consegue pensar como seria ser abraçado por aquela pessoa que você ama. Esse sentimento pode estar presente ao assistir um filme, ao planejar uma viagem, ao fazer um café e até mesmo ao escrever um texto como este que escrevo.
    Em um dos bairros mais boêmios da cidade São Paulo hoje, uma terça-feira qualquer de julho, fiquei cerca de cinco minutos parada na janela e não passou nenhum carro, nenhuma moto e nenhuma pessoa. É mais estranho durante o dia, faz sol, os pássaros cantam a as ruas estão inundadas por um silêncio ensurdecedor, posso te assegurar que isso é bem solitário.
    A solidão consegue ser um sentimento sutil e ao mesmo tempo intenso. Eu achei que soubesse tudo sobre a solidão, até me ver fechada no meu apartamento de 50m2 em meio a uma pandemia histórica que já perdura por cerca de quatro ou cinco meses, confesso que nem sei mais. A solidão nos acompanha quando sentimos dores de cabeça ou quando ficamos felizes e ansiosos, a solidão está em tudo que sentimos, pois o que sentimos, de fato sentimos sozinhos.
    Durante essa fase atípica de nossas vidas acredito que foi e é um sentimento muito presente atualmente, mas infelizmente, esse não é um sentimento bem vindo numa sociedade super ansiosa e imediatista. Diante deste novo mundo regado de criatividade, a solidão é vista como um erro, um acidente de percurso, um passo anterior à depressão, tornou-se uma característica preocupante. Quando abrimos nossos corações para alguém e verbalizamos a solidão, as pessoas se preocupam, temem pela nossa saúde mental, temem pela nossa vida e é compreensível.
    A solidão é necessária, nos ensina a termos compaixão por nós mesmos, nos ensina a nos fazermos companhia e também, que não há problema algum em ficarmos a sós. Ela nos mostra que de certa forma, analisando friamente, nascemos e morreremos com sentimentos únicos que só nós seremos capazes de sentir da maneira como sentimos. A solidão está em tudo e tudo bem, ela é extremamente necessária tanto quanto a tristeza como mostrado no filme Divertidamente.

Yasmin S.Silva

“A Alegria passa o filme todo tentando ignorar a Tristeza e reduzir cada vez mais o seu papel na vida de Riley. Mas o que a alegria não havia entendido ainda é que a Tristeza é necessária para compor a nossa memória, cognição, personalidade e experiências. A tristeza nos ajuda a moldar quem somos e como reagimos às situações. Ela nos permite extravasar quando algo não está certo e é crucial no desenvolvimento da maturidade.
– Juliana SonSin”


Referências:
https://www.telavita.com.br/blog/divertida-mente-e-emocoes/